PARASHÁ

KI TETSÊ

כִּֽי־תֵצֵ֥א

Quando sair

Deuteronômio 21:10 - 25:19

1: Dt 21:10-21

2: Dt 21:22 – 22:7

3: Dt 22:8 – 23:7

4: Dt 23:8-24

5: Dt 23:25 – 24:4

6: Dt 24:5-13

7: Dt 24:14 – 25:19

Estudo

Haftará: Isaías 54:1-10

Brit Chadashá: Mateus 5:27-30

Mishná Yoma: 

Segundas e Quintas:

21:10-14 – 5 p’sukim
21:15-17 – 3 p’sukim
21:18-21 – 4 p’sukim

RESUMO

Parashá Ki Tetsê

Deuteronômio 21:10 – 25:19

Parashat Ki Tetzei é uma porção semanal da Torá que se encontra no livro de Deuteronômio (Devarim) 21:10–25:19. Ela é notável por sua riqueza de leis e orientações práticas para a vida cotidiana do povo judeu. Vamos explorar o significado e a importância dessa parashá. “Ki Tetzei” significa “quando você sair” em hebraico, e o nome faz referência à primeira frase da parashá, que descreve várias situações e cenários cotidianos em que as leis e mandamentos de D’us devem ser aplicados.

A Importância de Parashat Ki Tetzei:

  1. Orientações para a Justiça: A parashá contém uma ampla gama de leis que cobrem muitos aspectos da vida judaica, incluindo a administração da justiça, responsabilidades familiares e ética nos negócios. Isso reflete a preocupação da Torá com a construção de uma sociedade justa e moral.
  2. Proteção dos Vulneráveis: Muitas leis em Ki Tetzei são voltadas para a proteção dos mais vulneráveis na sociedade, como órfãos, viúvas, estrangeiros e animais. Isso destaca o valor da compaixão e do cuidado com os necessitados.
  3. Ética no Combate: A parashá também aborda questões de guerra e conflito, estabelecendo princípios éticos para o tratamento de prisioneiros de guerra e a preservação da vida humana.
  4. Regras de Pureza e Santidade: Ki Tetzei inclui leis relacionadas à pureza ritual, como o casamento e o divórcio, além de regulamentações sobre a santidade do acampamento militar e do povo de Israel.
  5. Princípios de Justiça Social: Ao abordar uma ampla variedade de tópicos, a parashá destaca princípios fundamentais de justiça social, responsabilidade e responsabilidade pessoal perante D’us e a comunidade.

Conclusão: Parashat Ki Tetzei é uma porção da Torá que oferece orientações práticas para a vida cotidiana e estabelece princípios éticos fundamentais. Ela enfatiza a importância da justiça, compaixão e responsabilidade no relacionamento com D’us e com o próximo. As leis e mandamentos contidos nesta parashá continuam a ser uma fonte de inspiração e guia para os judeus em sua jornada espiritual e moral. Ela reforça a ideia de que a Torá não é apenas uma doutrina religiosa, mas também um manual para viver uma vida justa e significativa.

Autor – Rav. Yehoshua Sh’lomoh




A  LUTA PARA NÃO PERDER A LIBERDADE 

O primeiro versículo da porção desta semana da Torá, Ki Tetsê, parece conter um erro gramatical. “Quando fores para a guerra contra teus inimigos” – começa o versículo – “e o Eterno teu D’us o entregará em tuas mãos.” Por que a Torá começa o versículo com o plural e continua no singular?

Cada palavra na Torá é exata, cada letra transmite uma imensidade de nuances e significados, que ensinam incontáveis lições. Este versículo, que aparentemente toca no assunto da guerra convencional, alude a um tipo diferente de guerra, uma guerra espiritual que é empreendida por todo indivíduo.

Um judeu pode enfrentar dois tipos de inimigos: um que ameaça sua existência física e outro que ameaça sua santidade especial como membro do povo judeu – sua alma judaica.

A Torá usa a palavra “inimigos” para referir-se às duas ameaças, pois o corpo e a alma do judeu trabalham em conjunto, unidos em seu serviço a D’us. Tudo que coloca em risco o bem estar físico da pessoa ameaça também seu equilíbrio espiritual, e vice versa.

A Torá nos diz como emergir vitorioso sobre ambos os tipos de inimigo: “Quando fores.” Uma pessoa deve revestir-se com a força que vem da fé total em D’us, mesmo antes de encontrar o inimigo. Em seguida, a atitude deve ser de ascendência – “contra (literalmente, ‘sobre’) teus inimigos.” Saiba que o próprio D’us está ao seu lado e o ajuda em sua luta.

Assim armado, a vitória está assegurada, não apenas contra os inimigos convencionais, mas contra a raiz de todo o mal – a má inclinação, igualada no Guemara com “o Satã (inimigo da alma) e o Anjo da Morte (inimigo do corpo físico).”

Quando um judeu sai para a “guerra” fortalecido com o conhecimento de que não há força no mundo capaz ds enfrentar a face da bondade e santidade, não somente as manifestações externas do mal são sobrepujadas, como sua fonte espiritual também é derrotada. A Torá usa portanto o inimigo singular – para aludir à má inclinação, a origem e protótipo de todo o infortúnio.

O versículo conclui com as palavras “e tu os fará cativos”. Se um judeu não for cuidadoso e cair presa da má inclinação, todas as suas faculdades mais elevadas, concedidas a ele por D’us para serem utilizadas para o bem, também caem em sua armadilha. A Torá ensina que o arrependimento sincero tem o poder de redimir estes prisioneiros cativos, elevando-os até que “transgressões voluntárias sejam consideradas como méritos”.

Este tipo de conflito armado aproxima Mashiach e a Redenção Final, quando a má inclinação será totalmente derrotada e a vitória sobre o pecado será permanente.
(Adaptado das obras do Rebe)

Midrashim

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