PARASHÁ

VAYIGASH

ויגש

E Apegou-se

Gênesis 44:18-47:27

1: Gn 44:18 – 44:30

2: Gn 44:31 – 45:7

3: Gn 45:8 – 45:18

4: Gn 45:19 – 45:27

5: Gn 45:28 – 46:27

6: Gn 46:28 – 47:10

7: Gn 47:11 – 47:27

Estudo

Haftará: Ezequiel 37:15-28

Brit Chadashá: Lucas 6:9-16

Mishná Yoma: Sanhedrin 4:2-3 a 6:4-5

Segundas e Quintas:

10 p’sukim
10 p’sukim
18 p’sukim

RESUMO

Parashá Vayigash

Gênesis 44:18-47:27

Yehudah toma a frente de seus irmãos em defesa de Biniamin e se oferece para ficar com seu lugar. Yossef se revela aos seus irmãos e pede que eles tragam Yaacov e morem no Egito. Yaacov e sua família vão morar na terra de Goshen, no Egito.

Lição Prática

A porção Vayigash da Torá delineia o início da jornada do povo judeu ao exílio. D’us apareceu a Yaacov e prometeu: “Eu descerei com você ao Egito, e certamente o farei subir novamente.” Animado com essa promessa, Yaacov e seus filhos desceram ao Egito e começaram a estadia de 210 anos do povo judeu naquele país.

Em muitos aspectos o exílio no Egito foi o mais difícil de todos; ocorreu antes da Outorga da Torá, que concedeu às futuras gerações a força para tolerar o sofrimento. E também, como ocorre com outras experiências dolorosas, a primeira vez que a ferida ocorre é sempre a mais profunda e a mais difícil de superar.

Além disso, o exílio de Israel no Egito diferiu dos exílios futuros porque todos os judeus estavam envolvidos. Os exílios posteriores encontraram os judeus dispersos em todo o mundo, assegurando que toda vez que os judeus fossem discriminados em um país, houvesse outras terras nas quais pudessem desfrutar relativa liberdade, e pudessem ajudar seus irmãos. O primeiro e mais difícil exílio serviu a um propósito positivo – agir como preparação para a Outorga da Torá no Monte Sinai. O Egito foi a provação na qual a nação judaica foi purificada e tornada digna da Torá. Aprendemos isso do nome hebraico para Egito, Mitzrayim, que vem da palavra que significa “limitação” e “constrição”.

O Divino propósito do nosso exílio é descobrir em cada um as forças ocultas e os depósitos de fé que estão na alma judaica. As dificuldades e pressões do exílio fazem estas qualidades interiores e o auto-sacrifício serem revelados. A experiência do exílio pode ser usada em nosso maior benefício – para fortalecer nosso compromisso com a Torá e mitsvot. Assim como o povo de Israel terminaram por deixar o Egito vitoriosos e com “grande riqueza”, que sejamos dignos de fazer voltar a Era Messiânica, agora, em nossos dias!

Autor – Rav. Yehoshua Sh’lomoh



VIVENDO EM HARMONIA MESMO COM PENSAMENTOS  DIFERENTES 

Em Parashat Vayigash, Yossef finalmente revela sua verdadeira identidade aos seus irmãos. Ele os carrega com todos os tipos de riquezas do Egito e diz a eles para retornarem com suas famílias para que possam se estabelecer no Egito e sobreviver à fome sob a supervisão de Yossef.

Em meio à sua nova riqueza e segurança, Yossef lhes dá uma estranha instrução. “Não briguem pelo caminho.” Por que Yossef diria isso? E por que, especialmente, em meio a uma reunião alegre, em meio a riqueza e sucesso inesperados?

Rashi sugere que cada irmão culparia os outros por terem vendido Yossef como escravo.  Yossef, entendendo como a culpa e a negação operam, antecipou a necessidade de seus irmãos de culparem uns aos outros, e, portanto, os instrui a não se envolverem em recriminações sobre o passado. Na verdade, Yossef diz a seus irmãos que eles nunca concordarão sobre o passado, mas que ainda podem viver em harmonia, apesar dessa discordância. Esse conselho não é menos precioso hoje.

Conflitos dentro das famílias são frequentemente ampliados pela nossa propensão humana de lembrar o passado de uma forma que nos faça parecer melhores. Como resultado, dois parentes amorosos acabam não apenas discordando sobre o significado do que aconteceu, mas até mesmo sobre os fatos em si. Ao focar nessas áreas de desacordo, perdemos de vista um desejo compartilhado de fazer parte da vida um do outro.

O conselho de Yossef ainda soa verdadeiro — em tais momentos, pode ser melhor simplesmente concordar em ignorar o passado, para começar de novo no presente. Uma segunda possibilidade, também levantada por Rashi, é que Yossef instrua seus irmãos a “não se envolverem em argumentos da lei judaica ( divrei halachá ), para que o caminho não se torne instável para vocês.”

Nós, judeus, sempre discutimos sobre nossas crenças e sempre exploramos tradições sagradas para articular nossas visões de como o mundo é estruturado e como devemos viver nossas vidas.

De acordo com o segundo entendimento de Rashi, os irmãos de Yossef, como os judeus ao longo do tempo, passariam seu tempo na estrada discutindo sobre questões de Halacha (lei judaica). Presos nas paixões de suas discussões, eles se perderiam religiosamente, bem como geograficamente.

Nossa obsessão judaica com ideias contém um perigo potencial — que ficamos tão animados com as próprias ideias que perderemos qualquer senso de conexão com a realidade. As ideias se justificarão, independentemente de como elas funcionam no mundo, independentemente de se conformarem ou não com o que sabemos da realidade.

O judaísmo sempre refletiu essa tensão — adesão a padrões atemporais, mas sempre renovando esses padrões à luz do desenvolvimento de entendimentos comunitários e da necessidade social contínua. Devemos tomar cuidado para nunca parar nossa paixão por ideias, mas também devemos estar em guarda, para que nossas ideias não parem de se referir à realidade, a questões de como viver uma vida mais moral, mais santa, mais plenamente humana.

Uma terceira leitura possível do aviso de Yossef é que ele vê que seus irmãos agora são ricos por causa de seus presentes. E a riqueza traz tensões que são frequentemente inesperadas. Preocupado que seus irmãos possam sentir as pressões de sua riqueza e, portanto, começar a discutir sobre como eles vivem juntos, então pede a seus irmãos que não permitam que o dinheiro os dívida.

Nós também enfrentamos esse desafio. O judaísmo é uma comunidade confortável. Como consequência de nossa riqueza, nós levantamos um grande número de diferentes organizações, movimentos e instituições, todos competindo por nossa atenção, nossa energia e nossos recursos.

Podemos ver esses diferentes movimentos e instituições como complementares, contribuindo para uma vida comunitária que é multifacetada e profunda? Ou esses movimentos e instituições perceberão uns aos outros como concorrentes, e nesse caso uma grande quantidade de energia será desperdiçada tentando impedir o crescimento e a saúde das maneiras de ser judeu de cada um?

Ao viajarmos pela estrada, faremos bem em lembrar o conselho de José: “Não briguem pelo caminho!”
(Fornecido pela Escola Ziegler de Estudos Rabínicos)

Midrashim

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