PARASHÁ

SH'LACH LECHÁ

שְׁלַח־לְךָ

Envie por ti

Números 13:1 - 15:41

1: Nm 13:1 – 13:20

2: Nm 13:21 – 14:7

3: Nm 14:8 – 14:25

4: Nm 14:26 – 15:7

5: Nm 15:8 – 15:16

6: Nm 15:17 – 15:26

7: Nm 15:27 – 15:41

Estudo

Haftará: Josué 2:1-24

Brit Chadashá: Hebreus 3:7-19

Mishná Yoma: Avot 4:14-15 a 5:4-5

Segundas e Quintas:

13:1-3 – 3 p’sukim
13:4-16 – 13 p’sukim
13:17-20 – 4 p’sukim

RESUMO

Parashá Sh'lach Lechá

Números 13:1 – 15:41

Shelach começa com o incidente principal do mau relatório dos espiões sobre a Terra de Israel. Enquanto o povo judeu se prepara para entrar na Terra de Israel, doze importantes líderes são enviados para pesquisar a Terra Prometida, dos quais dez retornam e fazem um relatório negativo ao povo, dizendo que seria impossível ao povo judeu conquistar as poderosas nações que lá viviam.

Recusando-se a dar ouvidos ao relatório positivo de Calev e Yeoshua, a nação inteira chora e reclama por toda uma noite de total histeria. D’us ameaça o povo judeu de extermínio, quando então Moshê suplica com sucesso para que não sejam totalmente aniquilados. Mesmo assim, D’us declara que serão punidos com quarenta anos vagando pelo deserto, e durante este tempo toda aquela geração morrerá. Percebendo seu grave erro, um grupo insiste em avançar imediatamente na direção do país, contra a vontade de D’us, sendo completamente aniquilado pelas famosas nações de Amalec e Canaã.

A Parashá Shelach termina com o terceiro parágrafo da prece do Shemá, contendo a Mitsvá de colocar Tsitsit, que serve como um constante lembrete para nós, de D’us e Seus mandamentos.

       

Lição Prática

A tradução desta parashá “Shelach lecha” é Envia por ti, por causa da incredulidade, na verdade D’us não precisaria que os Meraglim ( espiões) fossem até a terra por quê D’us já sabia que tudo o que disse sobre a terra era verdade. Por isto o termo “envia por ti” Hashem não teve haver com está causa e por isto que deu tão errado.

Quando há incredulidade a visão se torna o oposto do que fato é, pois os espiões viram o enterro dos moradores e pensaram que a terra eram tão “má” que engole os moradores, sendo que o talmud cita que isto ocorreu para mostrar que até os moradores estavam morrendo para de fato Am Israel ( povo de Israel ) pudesse habitar em Canaã.

 Autor – Rav. Yehoshua Sh’lomoh



“É UMA TERRA QUE CONSOME AQUELES QUE A COLONIZAM” 

Moshê enviou espiões para percorrerem a Terra de Israel e relatarem qual a melhor estratégia para conquistar a Terra. Em vez de cumprir sua missão, eles retornam com um relatório frio e insistem para que a nação permaneça no deserto. Há duas questões: a) Por que os espiões desprezaram o prospecto de entrar na Terra que D’us lhes tinha prometido? b) Não haviam sido escolhidos a dedo por Moshê por causa de seu alto nível espiritual – “todos eles homens de distinção” (Bamidbar 13:3). Como então puderam eles falhar tanto no cumprimento de sua incumbência?

Num nível simples, podemos responder que os espiões tinham medo da batalha. Porém isso apenas responde nossa primeira questão e não a segunda. D’us já tinha prometido a eles que conquistariam facilmente seus inimigos, fossem homens espirituais, certamente teriam fé na promessa Divina de conceder-lhes a vitória.

Uma explicação mais profunda é dada, com resposta a ambas as perguntas. Os batedores não tinham medo de não conseguir conquistar a terra. Tinham medo de como seriam suas vidas depois que o fizessem. Sendo pessoas espirituais, eles tinham um profundo temor de se envolverem nos assuntos mundanos que surgiriam no decorrer da conquista da Terra – agricultura, construção da cidade, comércio, governo etc. Eles estavam felizes por serem nômades, pois este estilo de vida os deixava livres para habitarem aquilo que os cabalistas chamam de “plano de pensamento e fala”, em vez de “plano de ação”.

O que estes espiritualistas equivocados esqueceram, no entanto, é que o propósito de D’us para eles não estava na realidade modificada do deserto, mas em enfrentarem a sagrada tarefa de colonizar a Terra e lidar com o mundo.

Parece que nós temos muita coisa em comum com estes homens. Eles dizem que somos mais sensíveis e idealistas que a maioria das pessoas e, por este motivo, sofreram muito para enfrentar a realidade do mundo. Se isto é verdade ou não, seria difícil dizer. O que podemos afirmar com alguma dose de certeza, porém, é que nenhum grupo jamais demonstrou tão claramente uma obsessão por esconder-se da realidade. Nenhum grupo teve mais temor enfrentando os rigores da existência mundana e “colonizar a Terra”. Sentimo-nos mais em paz com “os planos de pensamento e fala” que com aquele da ação. Na verdade, filosofar e debater eram mais prontamente agradáveis a nós que cuidar dos assuntos do dia-a-dia. Queríamos viver em nossas próprias cabeças, não no mundo real.

Porém, como eles, estávamos tragicamente errados. D’us deseja ser encontrado na realidade. Se somos ou não aptos para essa tarefa é irrelevante. Não é apenas no nosso poder que confiamos, mas no Dele. Aquilo que pensávamos ser meramente uma admissão de nossa própria incapacidade de lidar com a existência inalterada, mais tarde vimos que era na verdade uma acusação descarada contra D’us – que Ele poderia não nos ajudar a lidar com a realidade. Assim dissemos a D’us em muitas maneiras que não confiamos que Ele nos ajude a cumprir nossa missão divinamente concedida que nos esperava na assustadora Terra Prometida da sombria realidade.

A recuperação nos ajudou a corrigir este grave erro em nosso raciocínio. Não tememos o mundo hoje como uma vez o fizemos. Estamos prontos a entrar e colonizar a Terra, a “levar a vida nos termos da vida” e – com a ajuda e misericórdia abundantes de D’us – enfrentar de cabeça erguida o que quer que seja que nos aguarda ali.
(Por Rabino Ben A.)

Midrashim

Artigos relacionados