Haftará: Isaías 42:5-21
Brit Chadashá: João 1:1-5
Mishná Yoma: Bava Metzia 7:6-7 a 8:7-8
Segundas e Quintas:
10 p’sukim
10 p’sukim
18 p’sukim
Gênesis 1:1-6:8
A primeira Parashá da Torah conta a criação do mundo em seis dias e o descanso de D’us no sétimo dia (Shabat). “No princípio (Bereshit) D’us criou o céu e a terra.” A ordem da criação é: Luz, Firmamento,Terra, Plantas, Sol, lua e estrelas, Peixes e répteis, Aves, Animais terrestres e répteis Humanidade (homem e mulher). Em seguida é descrito o Gan Éden e o pecado do homem e da mulher ao comerem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o qual havia sido proibido por D’us, com a consequente expulsão do Gan Éden e morte (que até então não era o projeto de D’us para o homem). Por último, é contada a história dos irmãos Caim e Abel, as 10 primeiras gerações e o nascimento de Noach (Noé).
Uma lição simples e prática nesta Parashá é que mesmo o Eterno sendo Todo-Poderoso, nos ensina a simplicidade e a humildade. Analisemos a ordem da criação; primeiro HaShem cria a luz – nós, da mesma forma, precisamos de luz, claridade e clareza para trabalharmos e criarmos. E a luz pode representar o princípio da ordem já que HaShem criou a luz e depois organizou todas as coisas e ela é o contrário das trevas cuja característica é desordem devido à escuridão, falta de clareza e beleza.
Segundo: HaShem prepara todo o plano de fundo e coloca todas as coisas em ordem. Na Terra, o Eterno inicia a criação com as plantas que são seres vegetais, ou seja simples. HaShem continua aos poucos e cada vez criando coisas mais complexas – peixes e répteis, aves, animais terrestres e por fim a humanidade vindo como a coroa da criação.
Aprendemos então que precisamos da Luz e ela representa o Eterno nesse sentido, que nos dá clareza e depois seja qual for a nossa obra, devemos ter calma, um passo de cada vez e sempre começar do básico, do simples e se aprofundar aos poucos, partindo para o mais complexo, mas sem dar o passo maior que a perna.
O QUE AS PESSOAS ABSORVEM DA SUA FALA?
Assim como o nome da primeira parashá que aparece na Torá é “em um princípio” – Bereshit, quero abordar aqui um tema que todos nós judeus, professores , pais e ou que desempenham o papel de transmitir os ensinamentos da Torá adiante precisamos aprender .
E isso está claro na maneira como D’us dá início a tudo com a palavra , uma ação expressa clara que possa ser entendida e aplicada. Talvez você use até uma maneira didática mais básica possível para que seus filhos ou discípulos possam entender o que diz , mas devemos expressar o poder por trás de cada palavra para que todos possam absorver ainda que uma faísca desta essência e executá-la.
Li recentemente uma história que ilustra exatamente o’que quero dizer ( essa é uma estória verdadeira ) :
“ Um Rabino disse que assim que seu filho começou a balbuciar suas primeiras palavras ele o começou a ensinar: “ Torá tsivá lanu Moshe morashá kehilat Yaacov” (A Torá que Moshe nos ordenou é uma herança para a congregação de Yaacov). Ele fez isso para que a criança o imitasse e então desde cedo aprendesse essas palavras , porém ao contrário do que o pai esperava o menino se recusou dizendo a ele “Papai, não quero , chega!!”.
Um belo dia esse rabino vai a feira com seu filho e o menino houve um vendedor gritar com muito entusiasmo e força: “ MELANCIA VERMELHA DOCE, MELANCIA VERMELHA DOCE” – logo em seguida a criança começou a repetir diversas vezes a frase do vendedor de melancia , como se tivesse absorvido que o vendedor queria expressar com a frase dita aos berros; isso incomodou demais o rabino .
Indignado ele ficou se perguntando , como durante a semana inteira ele ensinava o verso para o filho e nada dele repetir , mas em apenas alguns momentos na feira ele ouve e repete a frase do vendedor. Logo o Rabino percebeu que não foi por causa das duas frases em si , e sim pela maneira como elas chegaram aos ouvidos do filho , a maneira como o vendedor se expressou impactou muito mais a criança. Então rapidamente no dia seguinte o rabino chama o filho e grita: “ Ouça filho querido , Torá! Tsivá! Lanu! Moshê!..” (história do Rabi Yossef Lis- belos valores).
Com isso aprendemos uma questão muito importante , temos textos da Torá , dos profetas , a Brit Hadasha e uma gama de livros compilados pelos nossos sábios que são reproduzidos por nós em muitos ou momentos específicos das nossas conversas ou drashá, porém como elas estão chegando aos ouvidos dos que estão recebendo-as ? Será que estamos passando entusiasmo, fé, confiança , ânimo no que estamos dizendo ? Assim como aquele menino pode perceber a diferença na frase do pai e do vendedor de melancia , os que nos ouvem podem perceber e sentir quando aquele que está falando( pais , mestres , professores …) falam por obrigação, pela experiência , por que gosta do assunto isso pode ser captado por todos.
Judaísmo assim como a Torá que Hashem deu a nós seu povo é uma herança e deve ser passado de geração a geração, e a cada geração haverá um começo , um princípio para as crianças , para aqueles que se chegam a fé judaica, porém como estamos fazendo isso vai definir a eficácia do que falamos – Assim como a criação entendeu a voz de comando do Eterno , assim como o menino ouviu e captou a mensagem do vendedor , assim será repassarmos de uma maneira mais enérgica.
Por – Morah D’vorah Anavá