Imagine que alguém tenha alugado um caríssimo e potente moinho, de moer muitos alqueires de trigo num curto espaço de tempo. Seria concebível que ele deixasse o equipamento inativo por um mês estaria jogando dinheiro fora.
A cada dia em que o moinho estivesse parado, ele estaria perdendo o seu lucro daquele dia; sendo que, independentemente, o tempo continuaria passando e consumindo o seu aluguel.
Nós deveríamos aprender uma lição com a maneira que as questões mundanas são tratadas.
O Santíssimo, Bendito Seja, concedeu um determinado número de dias a cada pessoa em conformidade com a quantidade de Torá que é esperado que ela venha a dominar, e com a quantidade de ações que ela deve realizar durante a sua estada neste mundo (vide Chovot HaLevavot).
Além disso, Hashem outorgou a cada pessoa uma determinada quantidade de força e de inteligência para que lhe seja possível estudar a Torá por um determinado número de horas por dia. Durante este tempo, ela é capaz de pronunciar milhares de palavras da Torá. Eu fiz uma amostragem e verifiquei que uma pessoa pode pronunciar duzentas palavras por minuto! Cada uma das palavras é uma mitsvá em separado, através da qual é criado um anjo de defesa para interceder em seu favor no Tribunal Celestial.
Ora, se apesar disso tudo a pessoa preferir ficar sentada em casa, de braços cruzados, desperdiçando o seu tempo, pode haver maior prejuízo?
Este cálculo é relevante mesmo se a pessoa ficar ociosa por um só dia. Imagine, então, quanto a pessoa estará perdendo se continuar desta mesma forma por um mês, ou por um ano! Quantas dezenas de milhares de anjos defensores ela impede de serem criados através de sua preguiça e seu ócio?
(Torat HaBayit, cap. 2)