Podemos notar que muitas pessoas são bastante rigorosas na observação das regras da moda e do luxo, nos mínimos detalhes, apesar do fato de que muitas destas “regras” são totalmente desprovidas de qualquer sentido. Por que é que às leis de vida, segundo os preceitos de D’us, os quais são de fato justos, é dada menor atenção?
Pense no seguinte:
Um homem está prestes a iniciar uma viagem carregando consigo uma sacola cheia de dinheiro. Existem duas diferentes estradas que levam ao seu destino. A primeira é mais rápida e, aparentemente, melhor pavimentada; no entanto, viajantes experientes advertiram-no de que aquela estrada passa por entre uma floresta repleta de animais selvagens e de bandidos. A sua outra opção é uma estrada mais segura, que há de levá-lo ao seu destino sem maiores percalços. Ainda não que totalmente convencido dos perigos oferecidos pela primeira estrada, e apesar de ser a estrada mais segura um pouco mais longa e mais monótona, por que deveria arriscar, principalmente por ter sido, repetidamente, advertido a não seguir pela estrada mais curta? Se ele tivesse um pouco de juízo, certamente escolheria a estrada mais segura, evitando a outra a qualquer custo.
Notamos que as pessoas desejam se colocar em perigo espiritual ao ignorarem as leis da pureza familiar, apesar do fato de a Torá, o Talmud e os Rabinos advertirem de que aqueles que trilham este caminho abandonam-se e se atiram à destruição. O Rambam escreve que uma só hora no Guehinom é pior do que todo o sofrimento enfrentado por Jó durante sua vida inteira. Como é possível que alguém se exponha a tanto perigo ao evitar a observância de algumas poucas leis que, na verdade, não são tão difíceis? E, ainda que elas requeiram um pequeno esforço, elas resultam em recompensas neste mundo e no vindouro.
(Taharat Yisrael, cap. 9)