Shavuot: A Festa da Entrega da Torá
e da Elevação Espiritual

Shavuot, também conhecida como Festa das Semanas, é uma das três grandes peregrinações bíblicas (Shalosh Regalim) nas quais os filhos de Israel subiam a Jerusalém para celebrar diante de Hashem. Ela ocorre exatamente sete semanas após Pessach, marcando o quinquagésimo dia da contagem do Ômer, e está profundamente ligada a um dos momentos mais sagrados da história judaica: a entrega da Torá no Monte Sinai.

Mais do que uma simples comemoração histórica, Shavuot é uma renovação espiritual da aliança entre D’us e o povo de Israel. Neste dia, revivemos a cena do Sinai: trovões, relâmpagos, o som do shofar e a manifestação divina que gravou a Torá nos corações da nação. É um momento de reconectar-se com a essência da fé, do compromisso e da missão judaica no mundo.

Segundo a Cabalá, Shavuot representa a sefirá de Malchut recebendo todas as luzes das sefirot anteriores, como a noiva que se une ao noivo. A Torá é a “ketubá”, o contrato matrimonial entre D’us e Israel. Por isso, o estudo da Torá na noite de Shavuot é tão significativo — simboliza o anseio do povo pela união com o Criador.

Costumes e Tradições de Shavuot

  1. Tikun Leil Shavuot – Estudo Noturno da Torá

Na noite de Shavuot, é costume ficar acordado durante toda a noite estudando Torá. Essa prática é chamada de Tikun Leil Shavuot e é baseada na tradição de que o povo de Israel adormeceu na véspera da entrega da Torá. Para reparar isso, dedicamos a noite a demonstrar nosso desejo de aprender e nos elevar espiritualmente.

  1. Leitura dos Dez Mandamentos

No primeiro dia da festa, a leitura dos Dez Mandamentos é realizada na sinagoga. Muitos fazem questão de estar presentes para ouvir novamente — com temor e reverência — as palavras que D’us pronunciou no Sinai.

  1. Leitura do Livro de Rute

É costume ler Meguilat Rute (o Livro de Rute), pois a história se passa durante a época da colheita do trigo e também porque Rute, uma convertida ao judaísmo, representa a aceitação voluntária da Torá, como fez Israel no Sinai. Além disso, o Rei Davi, descendente de Rute, nasceu e faleceu em Shavuot.

  1. Decoração com Flores e Verduras

A casa e a sinagoga são tradicionalmente enfeitadas com flores e ramos verdes, lembrando que o Monte Sinai, normalmente seco e desértico, floresceu milagrosamente para receber a Torá. Isso também representa a fertilidade espiritual que vem do cumprimento dos mandamentos.

Uma das marcas mais conhecidas de Shavuot é o consumo de alimentos lácteos, como bolos de queijo, panquecas, quiches, pastas de ricota e blintzes. Existem várias razões para isso:

A Torá é comparada ao leite: “Mel e leite estão sob a tua língua” (Cântico dos Cânticos 4:11).

Após a entrega da Torá, os hebreus não puderam mais comer carne não kasher, e como ainda não tinham utensílios apropriados, comeram refeições lácteas.

O valor numérico da palavra “chalav” (חלב, leite) é 40, representando os 40 dias que Moshé passou no Sinai recebendo a Torá.

Além dos pratos lácteos, também é costume servir alimentos com trigo, cevada e frutas, para lembrar da época das colheitas e das oferendas do Templo.

Em um mundo acelerado e muitas vezes desconectado de valores eternos, Shavuot nos convida a parar, ouvir e receber novamente a Torá como se fosse a primeira vez. É um chamado para renovar o compromisso com uma vida de propósito, ética e conexão com o divino.

Cada Shavuot é uma oportunidade espiritual de ascender, de reviver o fogo do Sinai dentro da alma, de desejar — com intensidade e alegria — viver de acordo com a vontade do Criador.

Chag Shavuot Sameach!

Que esta festa seja para você e sua família um tempo de luz, de sabedoria e de renovação espiritual profunda.

Shabat 88a, Shir HaShirim Rabbah 1:2,

Midrash Tanchuma, 

Parashat Bamidbar 6

Zohar, Yitro 88a

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