PARASHÁ

MIKETZ

מקץ

No Fim

Gênesis 41:1-44:17

1: Gn 41:1 – 41:14

2: Gn 41:15 – 41:38

3: Gn 41:39 – 41:52

4: Gn 41:53 – 42:18

5: Gn 42:19 – 43:15

6: Gn 43:16 – 43:29

7: Gn 43:30 – 44:17

Estudo

Haftará: I Reis 3:15-4:1

Brit Chadashá: I Coríntios 2:1-5

Mishná Yoma: Sanhedrin 2:1-2 a 3:8-4:1

Segundas e Quintas:

10 p’sukim
10 p’sukim
18 p’sukim

RESUMO

Parashá Miketz

Gênesis 41:1-44:17

O Faraó tem o sonho das vacas magras e das vaca gordas e das espigas, e ninguém consegue interpretá-lo adequadamente. Yossef é trazido à sua presença, interpreta como sendo sete anos de fartura que virão, seguidos de sete anos de fome, e oferece sugestões de como gerir o problema. Yossef é nomeado pelo Faraó Vice-Rei do Egito, e se casa com Assenat, filha adotiva de Potifera. Nascem Menashe e Efraim, filhos de Yossef. Yaacov manda seus filhos ao Egito para comprar comida. Yossef os recebe, mas eles não o reconhecem. Ele os acusa de serem espiões, e mantém Shimon como refém até que eles tragam Biniamin.  Yaacov se recusa a princípio, mas depois permite que seus filhos todos voltem ao Egito. Yossef acusa Biniamin de ter roubado seu copo e exige que ele fique como seu escravo.

Lição Prática

Quanto tempo leva para se tornar um sucesso?

Steve Jobs disse a famosa frase: “Se você realmente olhar de perto, a maioria dos sucessos da noite para o dia levou muito tempo”.  Certos empresários, artistas, autores, atletas ou celebridades podem parecer ter se tornado famosos rapidamente, mas geralmente dedicam anos de esforço silencioso antes de se tornarem conhecidos no cenário global. Pode-se ver isso claramente na história de Yossef. O Faraó tem seus sonhos perturbadores e ninguém pode interpretá-los. De repente, o copeiro-chefe se lembra de Yossef, que já foi seu companheiro de prisão e capaz de interpretar corretamente os sonhos dele e do padeiro-chefe. Ele sugere que Yossef pode ser capaz de resolver o problema do Faraó e, num piscar de olhos, o jovem hebreu é arrancado para fora das masmorras, limpo e levado perante o rei.

Yossef interpreta os sonhos, o faraó fica feliz e imediatamente nomeia Yossef vice-rei do Egito, abaixo apenas do próprio rei. Em um único dia, Yossef foi de prisioneiro a primeiro-ministro!  Mas como foi a história dele? Onde esteve Yossef até agora? Primeiro, ele era escravo de Potifar, tendo sido vendido como escravo por seus próprios irmãos. Depois, denunciado pela esposa de Potifar que o acusou falsamente de abuso sexual, ele foi enviado para a prisão. Quanto tempo ele ficou lá? Alguns dizem que se passaram 12 anos antes que ele fosse chamado ao faraó para interpretar os sonhos.

Sucesso da noite para o dia? Claro. Mas não antes de pagar suas dívidas e lançar as sementes de sua reputação dois anos antes, ao interpretar corretamente o sonho do mordomo. O poder e a posição certamente chegaram rapidamente para Yossef. Mas não se esqueça que ele definhou nas masmorras por muitos anos esperando que aquela janela de oportunidade se abrisse. 

A mensagem é clara: muito tempo, trabalho duro, paciência e perseverança devem ser gastos antes que alguém se torne um sucesso instantâneo. Na vida, precisamos não apenas de fé, mas também de paciência. Teologicamente, acreditamos que D’us é bom e que, de alguma forma, tudo é para o melhor – quer o vejamos imediatamente ou não. Isso não significa que acordaremos na manhã seguinte às más notícias e tudo ficará bem. O “plano vasto e eterno” às vezes pode levar o que realmente parece uma eternidade para se desenrolar.

“Paciência é uma virtude” é um velho truísmo filosófico. Juntamente com a fé, pode nos ajudar a viver nossas vidas com serenidade e equanimidade.

Autor – Rav. Yehoshua Sh’lomoh

 

 

SONHOS E SUA CONEXÃO COM O EXÍLIO 

No começo dessa Parashá e na Parasha passada, a Torá fala a respeito de sonhos: o de Yossef, o dos ministros e o do Faraó. O fio condutor entre todos estes sonhos é que é parte dos acontecimentos que trouxeram Yaacov e seus filhos ao Egito, ou seja, ao começo do exílio. Na Torá tudo é exato e tem sentido. Se a Torá coloca tanta ênfase no tema dos sonhos como parte do desencadeamento da Galut, entendemos que existe uma relação conceitual entre ambos os temas (exílio e sonhos); mais ainda, a analogia que existe entre sonho e Galut expressa a verdadeira condição do exílio e a receita para poder afrontá-lo.

Está explicado no livro Torá Or de Rabi Shneur Zalman, que um dos detalhes mais relevantes do sonho é que pode unir dois extremos opostos que em realidade são impossíveis de se imaginar. Por exemplo: o Talmud relata que em um sonho pode-se ver “um elefante passar pelo buraco de uma agulha”, sem que isso desperte na pessoa nenhuma surpresa. Esta é a essência conceitual da diáspora que vivemos: uma situação anormal, irreal que se vê como algo natural, corriqueiro e quem vive nela não sente que se trata de um contexto contraditório.

Encontramos esta mesma condição no exílio espiritual de cada individuo. Por exemplo: todos entendemos que o amor egoísta que leva a perseguição desenfreada por prazeres mundanos se enfrenta com o amor puro e desinteressado por D’us. Podemos ver como um judeu crê que ama Hashem e simultaneamente esta imerso em suas próprias necessidades, produto do ego sem sentir nenhuma contradição.

Durante as preces conseguimos despertar maravilhosos sentimentos em relação a D’us, mas ao finalizá-la nos esquecemos de tudo, retornando às nossas atividades, centradas na busca do incremento pessoal, seja monetário ou social. Assim vivemos. Como num sonho cheio de contradições. Este é o exílio espiritual no qual vivemos. De qualquer forma, este paradoxo não deve levar-nos a menosprezar o valor da reza ou do nosso cumprimento das mitsvot. Cada mitsvá possui um efeito sobre nós. A conexão com o Criador no momento da tefilá, deixa sua impressão, mesmo que às vezes sua influência passe despercebida.

De qualquer forma, esta etapa de sonho-exílio também tem sua vantagem. Em condições normais existe uma ordem e os acontecimentos se desenvolvem de maneira organizada, o que implica limitações para o crescimento espiritual pessoal. Por outro lado, na época de Galut-Sonho temos que “aproveitar a oportunidade”. Não devemos teorizar se já chegamos ao nível apropriado para cumprir nossa tarefa espiritual de Torá e mitsvot: basta fazê-lo, colocar na prática!

A cada boa ação que esteja ao seu alcance, lembre-se de aproveitar a oportunidade. Enquanto estamos no contexto Sonho-Exílio, podemos “saltar” a níveis espirituais muito além de nossa própria experiência materialista. Esse é o objetivo místico da Galut.
(Yachad Online)

Midrashim

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