O bêbado que se absteve

Para nossa dor, tem se tornado comum a grupos de jovens irem juntos ao barbeiro para se barbearem e apararem as costeletas nas têmporas. Eles perderam toda a vergonha. Isto pode ser comparado à pessoa que se intoxica e perde o seu sentido de realidade.

Um pobre alcoólatra está deitado à beira da estrada num estado de completa embriaguez. O tempo todo ele vagueia em incoerência, imaginando que o mundo inteiro lhe pertence, e delira o quão afortunado e feliz ele é por ser possuidor de tamanha boa sorte. Este estado dura enquanto ele está sob o efeito do álcool. No entanto, tão logo os efeitos desaparecem, ele compreende que estava imerso na sarjeta, junto ao lixo e à imundície. Desanimado, ao olhar para si mesmo, não consegue compreender como o yêtser hará conseguiu persuadi-lo a continuar bebendo até ser levado a um poço tão fundo.

Enquanto o homem estiver tomado pelo desejo por prazeres munda- nos, o seu raciocínio estará entorpecido, e ele será incapaz de reconhecer o quão fundo mergulhou e o quão imerso ele está na imundície. Isto é, o espírito da impureza o envolve dos pés à cabeça, e as suas vestes espirituais estão manchadas de pecado. Vide: “… removam dele as roupas sujas!” (Zacarias 3:4).

Mas quando o seu corpo começa a enfraquecer e ele deixa de ser um escravo de seus desejos, ele dará uma boa olhada em si mesmo e compreenderá que as suas paixões levaram-no a um árido e selvagem deserto. Ele gemerá ao pensar naquilo que lhe resta; mas de que adiantará isto? O Rei Salomão adverte: “… virias a gemer, no fim de tudo, consumida a tua carne e teu corpo… E dirás: ‘Por que fui rejeitar as advertências?” (Provérbios 5:11-12).

                                                                                          

(Tiferet Adam, cap. 9)

Search

Categorias

Cultura judaica