Miriam, filha de Hamram e Yochedet , irmã de Aharon (sumo sacerdote ) e Moshê Rabenu. A torá destaca seu nome e personagem antes mesmo de seus irmãos que ,futuramente desempenhariam um papel importante na história do povo judeu.
O Talmud vai dizer que existiram 7 profetizas na Torah e Miriam está entre elas, quando pequena desempenhou um papel fundamental para que seus pais não deixassem de obedecer a H’shem por medo da opressão do Faraó, incentivando seus pais a ter filho (na ocasião eles estavam separados e após Miriam falar sobre a profecia, seus pais conceberam seu irmão Moshê).
Miriam nos mostra a perseverança e força daqueles que acreditam no “ milagre impossível” e proteção Divina, em meio às circunstâncias não deixou de agir com fé e incentivar aqueles ao seu redor a confiar na grande proteção de H’shém; mesmo sendo pequena em força e estatura se posicionou diante da promessa salvadora de que o Eterno enviaria um redentor para tirar o povo do seu cativeiro.
Agindo rapidamente foi ela que não só acompanhou de perto seu irmão Moshê no cesto de junco que havia sido posto no Nilo como também ela apresentou a Batya filha de Faraó (que encontrou o bebê no rio ) à sua mãe como ama de leite do bebê, dando assim a oportunidade de sua mãe e seu irmão se reunirem e permanecerem salvos até o tempo em que o menino tivesse que voltar ao palácio egipcio.
Mesmo sendo considerada como uma profetisa, Miriam em certo momento da sua vida é castigada gravemente com tzaraat (erroneamente traduzido como lepra) por falar mal de Moshê, seu irmão e líder, a nós judeus sempre que ouvimos e aprendemos de Lashon Hará lembramos deste incidente com a profetisa Miriam ; como mencionamos todos os dias nas rezas do nosso sidur ao recitar as Dez lembranças (pág 105 Sidur sefaradi) “ Umaasse Miriam haneviá”.
Não mencionada durante os eventos do Êxodo, Miriam reaparece após a Abertura do Mar Vermelho, quando ela lidera as mulheres em canções e dança de celebração. Como as mulheres tinham instrumentos? Mesmo durante os tempos mais difíceis no Egito, elas tinham fé de que seriam redimidas e tinham seus tamborins preparados para louvar a D’us pelos milagres que elas sabiam que Ele iria realizar.
No deserto quando houve a murmuração do povo por falta de água o Talmud (taanit 9a) vai mencionar que uma pedra rolava e dava água ao povo devido aos méritos de Miriam; por isso somente após a sua morte que novamente o povo reclama com Moshê de sede, nesse momento ele bate na rocha e é repreendido por H’shem.
Com uma coragem marcante Miriam nos mostra o poder que há em crer mesmo quando as situações e opressões parecem que vão nos escravizar e nos destruir , com ela ainda aprendemos nos dias de hoje a manter a Emunah no Eterno e agir de acordo, pois não basta apenas crer; refletimos também que mesmo se cometermos um erro aparentemente grave podemos encontrar o caminho de volta (teshuvá) e concluir com êxito o propósito a nós designado por D’us.
Escrito por: Morah D’vorah Anavá