Avraham conhecia o local onde desejava sepultar Sara. Havia uma gruta, perto de Chevron, onde Adam e Chava estavam enterrados. Era um lugar sagrado, chamado “Gruta de Machpelá.”
Avraham se propôs a comprar a gruta de seu proprietário, que se chamava Efron. Primeiro, porém, queria pedir permissão para à tribo de Efron, os Benê Chet:
“Por favor, deixe-me comprar um pedaço da propriedade para uma sepultura,” pediu a eles.
Os membros da tribo Benê Chet responderam:
“És um homem famoso, um príncipe de D’us. Daremos a ti qualquer propriedade onde desejas sepultar teus mortos.”
Avraham curvou-se para agradecer a D’us. Pediu aos membros da tribo:
“Por favor, peçam ao proprietário da Gruta de Machpelá, Efron, que a venda para mim.”
Quando Efron ouviu que Avraham queria comprar sua gruta, foi pessoalmente falar com ele.
“Meu senhor,” disse para Avraham. “Não quero dinheiro algum pelo campo onde está a gruta. Dou-a para você de graça.”
“Não,” protestou Avraham, “prefiro comprá-la.”
Avraham sabia que Efron não falava sério quando prometia dar-lhe a gruta de presente. Efron era um homem avarento e, em seu coração, realmente queria dinheiro em troca da gruta.
Portanto, Avraham insistiu: “Apenas diga-me o preço e o pagarei.”
“Bem, se você insiste, direi o preço.” replicou Efron. “É uma quantia muito pequena – apenas quatrocentos shekalim de prata.”
Na verdade, não era em absoluto uma quantia pequena – era um preço muito, muito alto. O avarento Efron cobrava de Avraham um preço exorbitante, apesar de, a princípio, ter prometido dar a gruta de graça.
Avraham, porém, não regateou com Efron. Queria pagar pelo lugar sagrado o preço integral para que ninguém mais tarde afirmasse que a Gruta de Machpelá, na realidade, não lhe pertencia.
Avraham pagou a Efron quatrocentos shekalim. Depois, sepultou Sara.
Mais tarde, quando Avraham morreu, também foi enterrado na Gruta de Machpelá.
Há três lugares chave pelos quais nossos antepassados pagaram a não-judeus em dinheiro, para assegurar-se de que seriam legítimos donos das propriedades e com isso não poderiam ser acusados, mais tarde, de ter se apropriado destes ilegalmente:
O Midrash Explica: Como a Gruta de Machpelá Recebeu este Nome
Você sabe o significado do nome “Gruta de Machpelá”?
Quer dizer “A Gruta dos Duplos.” (A palavra “Machpelá” tem a mesma origem de “caful” que significa “duplo”).
O que era “duplo” nesta gruta?
Há muitas explicações. Abaixo encontramos algumas delas:
Como os sepultos na Gruta eram casais ou “duplos”, a Torá a chama de Machpelá, significando “A Gruta dos Duplos.”
Após a morte de Yitschac, a Gruta de Machpelá passou à posse de seus filhos, Yaacov e Essav. Havia sobrado lugar para só mais um casal. A questão era se Essav com uma de duas mulheres ou Yaacov com uma de suas mulheres seriam sepultados ali.
Yaacov perguntou a Essav: “Que preferes, uma pilha de dinheiro de nosso pai Yitschac ou um lugar na Gruta Machpelá?”
Essav pensou: “Por que hei de perder tanto dinheiro para ganhar um lugar de sepultamento? Por enquanto, ficarei com o dinheiro, mais tarde arranjarei um lugar de sepultura de graça.”
Essav aceitou o dinheiro de Yaacov e, com isso, perdeu o direito à Gruta de Machpelá para sempre. Mas como veremos depois (na Parashat Vaychi) Essav quis, apesar de tudo, ser sepultado na Gruta de Machpelá.
Apesar de a gruta ser pequena, D’us queria que Adam fosse sepultado lá por ser um lugar sagrado.
Atualmente conhecemos a localização exata da Gruta de Machpelá. Fica na cidade de Chevron (Hebron), em Israel. Os judeus rezam lá para D’us e Ele ouve suas orações em mérito de nossos antepassados que ali jazem.