Inspeção Kashrut

Por que muitos judeus argumentam que, hoje em dia, não há necessidade de leis de cashrut?

É um erro muito comum pensar que as leis alimenta­res eram antigas medidas de salubridade, que não se aplicam mais. O argumento apresentado é que, já que foram eliminadas doenças como a triquinose, definitivamente ligadas aos produtos de porco, não há mais necessidade de continuar mantendo as observâncias alimentares.

Moisés Maimônides, o filósofo e médico do século XII, diz em sua obra, “Guia dos Perplexos”, que as leis alimentares são boas para o judeu como indivíduo porque elas o treinam a ter autocontrole e lhe ensinam a moderar o seu apetite.  Muitos argumentam que o autocontrole pode ser obtido de outras formas. A resposta a estes argumentos têm sido (como foi dito anteriormente) que a finalidade das leis alimentares era trazer santidade e união para o povo judeu com H’shem e não boa saú­de.

Porque a palavra trefá é usada para qualquer alimento que não seja casher?

A palavra hebraica trefá (ou, como alguns pronunciam de forma errônea, treif) significa “dilacerado.” O livro de Êxodo (22:30) diz: “carne dilacerada (trefá) no campo [animais mortos por outros animais em campo aberto, não comereis.”  Todos os animais mortos desta maneira são proibidos. A palavra trefá tem sido estendida de modo a abranger todos os alimentos proibidos e todos os alimentos não preparados de acordo com as leis alimentares.

Por que os animais e aves devem ser abatidos segundo o ritual para serem casher?

A Bíblia reitera diversas vezes que o sangue não deve ser consumido porque simboliza a própria essência e vida (Levítico 3:17 e Deuteronômio 13:23-25). Baseado nisto, os rabinos do Talmud concluí­ram que, quando um animal é morto para virar alimento, deve-se tomar cuidado para drenar tanto sangue quanto for possível da carne, antes de comê-la.

Quando um animal é abatido de acordo com a lei ritual judaica, a veia jugular é cortada, o animal morre instantaneamente e o máximo de sangue deixa o corpo. Para retirar ainda mais sangue da carne, regras adicionais de cashrut devem ser seguidas.

Por que certos frutos-do-mar não são casher?

De acordo com a Bíblia (Deuteronômio 14:9-10), todos os crustáceos são considerados não casher. “Comereis de tudo o que há nas águas: tudo o que tem barbatanas e escamas comereis; e tudo o que não tem barbatanas e es­camas, não comereis; é impuro para vós.” O motivo não é explicado na Torá.

Certos peixes tem barbatanas e escamas, mas os perdem a partir de um certo momento. As autoridades rabínicas não permitem o uso de tais peixes (peixe-espada e esturjão), mas algumas autoridades conservadoras sim.

Por que alguns alimentos podem ser consumidos tanto nas refeições de carne como naquelas à base de leite?

Produtos alimentícios que não sejam nem carne e nem lácteos, e tampouco derivados destes, são chamados pareve (ou parve), uma palavra yidish que quer dizer “neutro.” 

Eles podem ser usados no preparo ou ao servir refeições de carne ou lácteas. Os produtos parve incluem todos os peixes, todos os alimentos que crescem na terra e todos os gêneros alimentícios feitos a partir deles. Também estão incluídos todos os produtos alimentícios industrializados, tais como cremes não lácteos e adoçantes artificiais.

FRUTAS, LEGUMES E GRÃOS – KOSHER PARVE

Os alimentos que não são nem carne nem leite são chamados parve (neutros). Isto significa que eles não contêm carne nem leite, nem em seus derivados, e que não foram cozidos ou misturados com nenhum alimento de carne ou de leite.

Ovos, peixes, frutas, hortaliças, grãos, cereais e sucos naturais, massas, refrigerantes, café, chá e muitos tipos de balas e lanches são exemplos de alimentos parve.

Frutas e verduras in natura de todos os tipos podem ser compradas em feiras, supermercados, etc, sem necessidade de atestado de cashrut. O mesmo é válido para cereais e grãos, como farinha de trigo, de milho, de mandioca, fubá, aveia, arroz, feijão, ervilha, lentilha, folhas em geral (estas devem ser verificadas antes de usar). Todos estes produtos, se cozidos ou industrializados, só podem ser comprados se houver supervisão rabínica.

Verduras, frutas e hortaliças

Hortaliças frescas, frutas e grãos, em seu estado natural e não- processado, são kosher e parve. Podem ser consumidos tanto com laticínios como com carne. No entanto, uma vez que uma hortaliça foi combinada com um produto de carne ou de leite, se torna respectivamente um produto de carne ou de leite.

A Torá proíbe comer vermes e insetos, vivos ou mortos. As verduras, frutas e hortaliças devem ser minuciosamente examinadas. Entre as verduras incluem-se folhas (alface, agrião, espinafre, couve, couve flor, brócolis, etc), grãos (feijão, lentilha, grão de bico, milho para pipoca, etc) e frutas (morango, maçã, etc).

Sumos – todos os 100% só fruta são permitidos sem selo, menos os que contém sumo de uva

NOZES, AMENDOAS E OUTRAS FRUTAS SECAS:De forma geral as nozes, amêndoas, avelãs e amendoimcrus não precisam de certificação.

As que são fritas em óleo, assadas a seco ou temperadas, requerem certificação porque geralmente levam algum tipo de tratamento a base de gelatina e óleos durante o processo. As que são assadas dentro da casca são aceitas sem certificação.Esses frutos geralmente não são atacados por pragas mas verifique antes se a casca está perfurada, o que pode ser um sinal de bichinhos no interior o que a torna não kosher.

Folhas – todo tipo de folha, como alface, repolho, agrião, salsão, salsinha, cebolinha, etc. costuma conter vermes. Para que possam ser usadas devem ser deixadas de molho por mais ou menos meia hora em água com vinagre, ácido acético ou germicida para matar os vermes. Assim, é mais fácil removê-los posteriormente. A seguir, folha por folha (mesmo as pequenas) devem ser lavadas em água corrente e examinadas contra a luz para constatar que estão isentas de qualquer verme. As vezes, os vermes das folhas são da própria cor da folha. É muito difícil distinguí-los, necessitando muito cuidado na hora da verificação.

Couve-flor e brócolis – nestes dois legumes é praticamente impossível detectar vermes, pois contêm infindáveis folhinhas minúsculas e de difícil acesso. Por isso, em muitas casas judias não se costuma comê-los ou come-se somente os talos após bem verificados.

Berinjela – antes de cozinhar ou assar deve-se cortá-la ao meio em pedaços para se certificar de que não contém vermes. Às vezes, a berinjela não mostra nenhum sinal externo da presença do verme, porém este cresce dentro dela de forma visível (costuma deixar rastros de areia).

Tomates – pepinos, batata, cenoura, cebola, alho, abobrinha, mandioquinha, entre outros, se encontram na categoria de legumes mais simples de verificação, já que ao serem cortados, qualquer um poderá notar se estiverem estragados e desta forma, descartá-los para o consumo.

Os vegetais processados, como os congelados ou enlatados, podem apresentar sérios problemas de cashrut. É preciso verificar se possuem selo ou se estão em listagens confiáveis.

GRÃOS

Grãos – feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, etc. devem ser colocados de molho em água por várias horas antes de cozinhar, facilitando assim a verificação. Depois devem ser examinados cuidadosamente, certificando-se que não contêm orifícios que comprovam a presença de vermes. 

É costume abrir o grão-de-bico na metade, após terem sido colocados de molho, pois os vermes não deixam orifícios visíveis nesta leguminosa. 

O milho de pipoca deve ser bem observado, um por um, se não contém orifícios ou pontos pretos, indicando a presença de vermes. A espiga de milho deve ser colocada de molho no vinagre antes de cozida; se contém vermes, estes saem depois deste molho. 

Os grãos de arroz devem ser verificados para que não tenham extremidades pretas indicando terem sido comidos por vermes.

Farinhas 

Em países tropicais, o clima quente e úmido favorece a proliferação de vermes e insetos. Isto faz com que seja obrigatório peneirar as farinhas EM PENEIRAS MUITO FINAS antes de sua utilização. 

Mas a peneira pode deixar passar ovos de insetos, por este motivo, deve ser utilizada imediatamente após a peneiração. Se for bem estocada sob refrigeração ou no freezer, (a 0º c) não precisa ser peneirada novamente por um período de dois a três meses.

Farinhas cujos grãos não passam pela peneira deverão ser examinadas da mesma forma que grãos. Ex: farinha de fubá, centeio, semolina, farelo e germe de trigo.

Macarrão

Se não tiver selo, deve ser liberado para consumo sem selo ou com sistema de lote (com selo) por um rabino ortodoxo (listas). Ao ficar guardado deve ser verificado antes do cozimento em busca de pontos pretos. É aconselhável guardá-lo na geladeira mesmo cru.

Mesmo que bem examinado, se for constatado após cozido que o alimento contém pelo menos três vermes, todo ele deve ser jogado fora. 

 

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