Hilulá de Shmuel HaNavi
O Profeta que Uniu o Céu e a Terra

No dia 29 de Iyar, muitas comunidades judaicas ao redor do mundo marcam a hilulá (aniversário de falecimento) de um dos maiores líderes espirituais da história de Israel: Shmuel HaNavi (o profeta Samuel). Com velas acesas, orações especiais e visitas ao local tradicional de seu túmulo nas colinas próximas a Ramá, o povo judeu honra a memória daquele que foi juiz, profeta, mestre e conselheiro dos reis Shaul e David.

Shmuel nasceu de um verdadeiro milagre. Sua mãe, Chaná, era estéril, mas orou com lágrimas no Mishkan em Shiló, pedindo um filho que seria dedicado completamente a Hashem. Suas orações foram tão profundas que se tornaram modelo de súplica no judaísmo até hoje. O livro de I Shmuel descreve como Hashem ouviu sua voz e concedeu-lhe um filho — Shmuel, cujo nome significa “pedido a D’us”.

Desde pequeno, Shmuel foi entregue ao serviço divino, crescendo sob a tutela do sacerdote Eli, no Mishkan (Tabernáculo). Já na infância, Hashem começou a falar com ele — fato único entre os profetas.

Shmuel viveu numa época de crise moral, anarquia e colapso espiritual. O povo estava sem direção clara, e a liderança dos filhos de Eli era corrupta. Foi então que Shmuel, ainda jovem, começou a emergir como a nova voz profética. Ele foi o último dos Shoftim (juízes) de Israel, e o primeiro grande líder profético da era dos reis.

O povo pediu por um rei, e coube a Shmuel ungir o primeiro monarca de Israel — Shaul HaMelech, e mais tarde, David HaMelech, estabelecendo assim a linhagem messiânica.

O Salmo 99:6 declara:

“משה ואהרן בכהניו, ושמואל בקוראי שמו…”

Moshé e Aharon entre Seus sacerdotes, e Shmuel entre os que invocam Seu Nome…

A tradição ensina que Shmuel igualou-se espiritualmente a Moshé e Aharon juntos, pela profundidade de sua conexão com o divino e sua entrega total à missão profética.

O Talmud (Berachot 31b) também diz que Shmuel instituiu práticas comunitárias, como a criação de escolas e centros de estudo, além de promover a centralização do culto a Hashem.

Acredita-se que Shmuel foi enterrado na região montanhosa de Ramatayim Tzofim, próximo a Jerusalém, em um local tradicionalmente venerado até hoje. No dia 29 de Iyar, especialmente em Israel, centenas de pessoas sobem até seu kever (túmulo), acendem velas, recitam Tehilim e pedem mérito e inspiração. (Claro que as rezas são todas direcionadas a H’shem, e não ao profeta).

A Hilulá de Shmuel HaNavi é um momento de introspecção e súplica. Muitos buscam, por seu mérito, bênçãos em temas como:

orientação espiritual, liderança com humildade, justiça, e mérito para filhos (lembrando o início da história com Chaná).

Legado Espiritual Shmuel HaNavi representa:

O equilíbrio entre realeza e profecia.

A fidelidade absoluta a Hashem, mesmo quando teve que confrontar reis e multidões.

A voz da verdade inabalável, mesmo quando solitária.

A humildade, apesar de seu imenso poder espiritual.

Shmuel nos ensina que não há liderança verdadeira sem conexão com o céu, e que todo papel de liderança é, na verdade, uma missão sagrada de serviço ao povo.

Em tempos em que o mundo carece de líderes justos e vozes claras, lembrar de Shmuel HaNavi é recordar que a grandeza verdadeira nasce da entrega total a D’us, da coragem para corrigir o erro e do compromisso com a verdade, mesmo que custe caro.

Neste 29 de Iyar, acendamos uma vela por sua alma, estudemos em sua memória, e peçamos que a luz de sua vida nos inspire a viver com mais justiça, pureza e conexão com Hashem.

Zechuto Yagen Aleinu – Que seu mérito nos proteja!

(Berachot 31b, Moed Katan 28a)                                                                                                   


D’vorah Anavá 

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