Sabemos pelo estudo da cabala que D’us nosso criador se comunica com sua criação através de 10 sefirot – podemos considerar que são 10 maneiras de se relacionar conosco , sendo 3 racionais e 7 comportamentais 1.
1- Chessed (bondade)
2- Guevurá (rigidez, contenção)
3- Tiferet (estudo da torá )
4 e 5 Netzah (apoio à Torá)
6- Yesod (autocontrole)
7- Malchut (humildade)
Sendo então feitos a imagem e semelhança de Hashem temos a capacidade de nos relacionar uns com ou outros ,da mesma maneira maleável com a qual o Eterno se relaciona conosco. Afinal de contas, se O Criador sabe exatamente como dosar e respeitar os limites de suas criaturas, quem somos nós para não o imitar. E é sobre isso que vamos abordar nas linhas seguintes ; sobre dosar e saber respeitar as diferenças sejam elas as que nos incomodam ou não.
Nos tempos que vivemos hoje cada dia mais famílias enfrentam as diferenças dentro dos seus lares , primeiro por causa da geração ( é a maior delas ) , segundo por causa das escolhas de cada morador da casa e por último por causa dos ideais que cada um quer seguir. Essas diferenças são percebidas com maior ênfase em lares que seguem uma vertente religiosa ou não , é aí que começa o nosso bate papo.
Como ser religioso sem desrespeitar a D’us e conseguir manter a shalom dentro do lar onde os demais familiares não querem seguir o mesmo caminho ?
A maior dificuldade que enfrentamos na nossa geração é a empatia pelo ou por aquilo que vai diretamente contra o que pensamos ou seguimos , e claro isso fica ainda mais agressivo dentro dos lares onde os pais que são de uma geração anterior querem obrigar os filhos da geração de hoje a viverem ou pensarem da mesma maneira que eles. Temos algumas questões importantes que devem ser consideradas : Não devemos exigir das pessoas o que queremos e pensamos ser bom para nós, não podemos ser invasivos a ponto as pessoas se sentirem esmagadas e sufocadas e não querer nem manter um relacionamento básico amigável por causa das nossa presença excessiva.
Estamos falando aqui do contexto que abrange primeiro a religiosidade mas também quaisquer ciclo de relacionamento que desejamos manter; assim como não queremos ser controlados não devemos controlar os outros.
É normal que pessoas tenham pensamentos diferentes afinal de contas , D’us nos fez cada um com sua cabeça em seu tempo e criações diferentes , isso é um fato que não somente a religião pode afirmar como a própria psicologia , sendo assim cabe a nós o trabalho de estabelecer pontes onde podemos passar pelo mesmo caminho com as demais pessoas sem ter que empurrá- las da ponte ou proibi-las de cruza-la. As vezes é inevitável que durante uma conversa opiniões diferentes surja, porém o que não podemos deixar surgir é as brigas e rusgas que podem durar muito mais do que aquele mero momento de conversar , afinal de contas sabemos que sempre um lado levará por mais tempo palavras que foram ditas e atingiram diretamente o ego ou sentimento alheio , como agir então de mais que que isso não aconteça e cada um posso expressar seu ponto de vista sem ter que guardar tudo para si .
Saber o momento de falar é ideal para mantermos uma conversa construtiva , é necessário ter uma sensibilidade a cada momento, sabemos que na hora do calor da emoção temos a tendência a querer expor mesmo tudo o que pensamos , porém podemos nos colocar em situações dolorosas e desnecessárias por causa disso. “Um pai tem por natureza a sua autoridade, e poder me sua palavra – porém se esse pai não sabe a hora certa de falar e expressar seu ponto de vista a um filho adolescente pode criar na mente do filho um bloqueio a sua imagem paterna e piorando a ponto desse filho vê-lo como um inimigo”, daí começa as guerras e rachaduras familiares além de (D’us nos livre) traumas difíceis de serem curados; claro que esse pai deve e pode expor seu ponto de vista ao filho , mas a maneira que ele o fizer vai ditar o tipo de relacionamento que ele vai ter com seu filho . Como exemplo usei um “Pai e Filho” mas isso pode se encaixar em qualquer relacionamento que queiramos manter.
Mesmo que muitas vezes não haja concordância nas maiorias das conversas , e que muitos dos conselhos não sejam seguidos ou considerados, isso não quer dizer que não podemos ser boas pessoas em bons relacionamentos. Na verdade pelo contrário , mesmo tendo claramente opiniões e posicionamentos diferentes , as pessoas devem se sentir à vontade para estar conosco , pois sabem que mesmo que os pensamentos não batam , o ideal de manter uma boa amizade e trilhar um bom caminho é o centro que devemos manter em nossos relacionamentos pessoais ou interpessoais .
Devemos confiar nas pessoas que nos relacionamos (pais, mães, filhos , entre casal) ainda que seja um confiança inicialmente parcial e deixar que ela faça a parte dela(o); afinal relacionamento seja qual for é uma via de mão dupla . Sendo assim não podemos querer , esperar ou pedir que as pessoas ajam sempre da maneira que queremos. A pena confie e pronto, caso veja que atitudes são necessárias para se protegerem de falhas, faça, porém discretamente , mesmo algumas vezes não dando certo sempre deve existir em nós; a vontade de melhorar e estimular essa melhora nos outros principalmente nos dá nossas casa no ambiente em que queremos que o amor e Shalom Reinem.