Como acontece a conversão

A conversão ao Judaísmo tem alguns passos que são seguidos e acompanhados por uma supervisão Rabinica.

1 – Aceitar o jugo dos mandamentos. Quando você se converte, deve verbalizar seu comprometimento de viver de acordo com todos os mandamentos da Torá conforme são explicados na Lei da Torá. Não basta se comprometer com alguns ou mesmo com a maioria dos preceitos; um convertido deve se comprometer com cada um deles. E também, isso precisa ser feito com um desejo sincero de servir a D’us como um judeu, não por qualquer outro motivo, como o desejo de casar com um homem judeu ou uma mulher judia; nem mesmo pela tal famosa prosperidade judaica.

2 – Imersão no micvê. Um micvê é uma piscina de água natural (rio, cachoeira, lago), ou um micvê feito com as medidas corretas , geralmente  com água da chuva. Na sua conversão, você irá mergulhar neste banho de purificação espiritual. É nesse momento que você vai aceitar a Torá sobre si mesmo.

3 – Circuncisão. Se você é um homem, precisará ser circuncidado. Se foi circuncidado quando bebê, uma retirada de sangue simbólica é tudo que será feito neste momento com o pronunciamento das devidas bênçãos pelo mohel, aquele que realizada o brit milá.

4 – Sacrifícios. Quando o Templo estava de pé em Jerusalém, um convertido deveria levar um sacrifício especial ao Templo Sagrado. Quando o Templo for reconstruído – que seja brevemente em nossos dias – os convertidos novamente levarão sacrifícios. (Yevamot 46a-49b e Bechorot 30 b; Shulchan Aruch e Aruch ha-Shulchan, Yoreh De’ah 268-269.)

 

Por que demora tanto?

Conversão é um compromisso para a vida inteira. Isso significa que você realmente precisa saber o que está fazendo, e a comunidade judaica, representada pelo Beit Din, precisa saber quem está recebendo como o mais novo membro da família judaica.

Para assegurar que todos estão na mesma página, muitos tribunais rabínicos têm um regime de estudo e observância que exige que os potenciais convertidos aceitem antes que eles realizem a conversão. Você será exigido com frequência a viver imerso dentro da comunidade judaica, observando todas as mitsvot, para que consiga um sentimento em primeira mão de todo aspecto de uma vida comprometida com o Judaísmo.

Em alguns casos este processo poderia ser supervisionado por um rabino testemunhando a sua sinceridade, conhecimento e compromisso. Outros tribunais rabínicos poderiam na verdade estabelecer um determinado período de estudo e prática durante vários meses ou anos, para assegurar que você está realmente preparado para se converter.

As leis referentes à conversão são derivadas das instruções dadas aos filhos de Israel para se prepararem para receber a Torá no Sinai. Como declara o versículo: “Uma regra se aplica à assembleia, a vocês e ao prosélito que reside [com vocês]; uma regra se aplica no decorrer das suas gerações – assim como [é] para vocês, também [é] para o prosélito, perante o Senhor”.(Vayicrá 15:15; Talmud, Keritot 9a.)0

 

A Base Bíblica

Circuncisão: Os filhos de Israel tiveram de se circuncidar no Egito antes de dividirem o cordeiro pascal, como fica claro no versículo em Shemot: “Todos os homens não circuncidados não podem comer dele [do cordeiro pascal]”(Shemot 12:48). Assim como bem podemos ver a continuidade desta aliança no Brit chadashá – “Que vantagem há então em ser judeu, ou que utilidade há na circuncisão? Muita, em todos os sentidos! Principalmente porque aos judeus foram confiadas as palavras de Deus.” (Romanos 3:1-2).

Imersão: Mais tarde, ao pé do Monte Sinai, ouvimos que Moshê aspergiu o sangue do sacrifício sobre o povo judeu como uma preparação para receber a Torá e se tornarem a nação judaica. Os rabinos receberam uma tradição: “Nunca há uma aspersão sem imersão.” Além disso, descobrimos que D’us diz a Moshê que em preparação para receber a Torá ele deveria dizer ao povo judeu para “santificá-los hoje e amanhã, e eles têm de lavar suas vestes.” Segundo a tradição, “lavar” é uma referência a imergir no micvê.

Sacrifício: A terceira coisa que o povo judeu fez antes de se converter plenamente foi oferecer um sacrifício no Monte Sinai.

Beit Din: Os filhos de Israel eram orientados por um tribunal rabínico, como declara o versículo: “Encarreguei seus juízes naquele tempo, dizendo: ‘Ouçam as causas entre seus irmãos, e julguem justamente entre um homem e seu irmão, e o estrangeiro [convertido] que está com ele”(Devarim 1:16; Talmud, Yevamot 47a.)

 

Nossos sábios dizem que um convertido é alguém que sempre possuía uma alma judaica. É por isso que o Talmud se refere ao convertido como “um convertido que vem se converter” em vez de “um gentio que vem se converter”. Em outras palavras, o convertido era sempre uma alma judaica em seu âmago.

Além disso, nossos sábios comparam um convertido com uma criança recém-nascida. O processo do nascimento é o mais próximo que os seres humanos podem chegar a tocar o Divino. Ao mesmo tempo, é uma experiência dolorosa que às vezes parece que está se estendendo para sempre. Como uma mãe que dá à luz, e deve enfrentar a demora. Para aqueles que abraçam o judaísmo com sinceridade, dispostos a seguir todos Seus preceitos, os resultados valem a trajetória.

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