Harvey J. Alter, cientista americano de origem judaica, foi um dos laureados com o Prêmio Nobel de Medicina, ao lado de Charles M. Rice e Michael Houghton, pela descoberta do vírus da hepatite C. Essa conquista, anunciada pelo Comitê do Nobel em Estocolmo, representa um marco na história da medicina, salvando incontáveis vidas ao redor do mundo.

Os cientistas identificaram a hepatite C como uma das principais causas de hepatite transmitida pelo sangue, além dos vírus já conhecidos das hepatites A e B. O comitê destacou que suas pesquisas, iniciadas nas décadas de 1970 e 1980, possibilitaram a criação de testes altamente sensíveis que eliminam a transmissão do vírus por transfusão de sangue em muitas regiões. Além disso, a descoberta abriu caminho para o desenvolvimento de medicamentos antivirais eficazes que podem curar a doença, aumentando as esperanças de erradicação global.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 70 milhões de pessoas são afetadas pela hepatite C, com cerca de 400 mil mortes anuais. A doença é uma das principais causas de cirrose e câncer de fígado, muitas vezes exigindo transplante. John McLauchlan, especialista em hepatite viral, chamou os ganhadores do Nobel de “pioneiros”, destacando que sua contribuição tornou possível a eliminação global da doença até 2030, conforme plano da OMS.

Harvey J. Alter, nascido em 1935 em Nova York em uma família judaica, revelou em um artigo de 2013 que sua paixão pela medicina foi influenciada pela sua criação judaica e pelo desejo de seu pai em seguir essa carreira. Alter brincou sobre sua aspiração inicial de ser jogador de beisebol, dizendo que escolheu a medicina quando percebeu suas limitações no esporte. Ele permanece ativo no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos em Bethesda.

Charles M. Rice, nascido em 1952 na Califórnia, atualmente trabalha na Rockefeller University, enquanto Michael Houghton, natural da Grã-Bretanha e nascido em 1950, atua na Universidade de Alberta, no Canadá.

O Prêmio Nobel de Medicina, ganhou relevância especial devido à pandemia de COVID-19, destacando a importância da pesquisa científica na proteção da saúde global e na promoção do bem-estar coletivo. A descoberta da hepatite C exemplifica como a ciência, movida pelo altruísmo e pelo compromisso com a humanidade, pode transformar a vida de milhões.